Tal como acontece com os traços de personalidade e a inteligência, o que nos define ateus, agnósticos ou religiosos é essencialmente a frequência com que nos comportamos de formas tais ou quais. Essa frequência pode oscilar à medida que variam as condições que as mantém, e uma variação razoavelmente aguda ou estável pode, com efeito, fazer com que religiosos e ateus virem temporariamente ao avesso. Nos parágrafos seguintes, tentarei brevemente desenvolver a justificativa que dei à minha colega naquela ocasião.
Dos rótulos
Se Fernanda é frequentemente delicada, simpática e cuidadosa com as palavras, passo a chamá-la amável ou sociável. Se Paulo é regularmente ansioso, impulsivo e emocionalmente instável, poderia chamá-lo neurótico. “Falar com clareza e fluidez”, “raciocinar com lógica”, “identificar relações entre ideias” e “dominar uma área do conhecimento” são alguns comportamentos que definem uma pessoa inteligente (Colom, 2006). “Amabilidade”, “neuroticismo”, “responsabilidade”, “abertura” e “extroversão” são os cinco grandes fatores da personalidade, então avaliados e estudados, ao lado da inteligência, pela psicologia diferencial.
Em um texto que escrevi recentemente, discuti a importância de se chamar inteligentes certas classes de comportamento. Na psicologia, o uso dos rótulos serve comumente para amarrar um conjunto de comportamentos que compartilham certos atributos. Mas há algo além. Se contam-me que Raquel, a palestrante que conhecerei mais tarde, é rigorosa e antipática, passo a ter uma noção razoável do que esperar dela. Diante dessa expectativa, prepararei uma forma adequada de abordá-la, na saída, para falar de um projeto de pesquisa. Uma aproximação alternativa, ou menos meticulosa, poderia ser elaborada caso contassem-me que a palestrante é aberta e agradável. Daí que os rótulos, de forma geral, estão ligados a certas expectativas sobre pessoas, doenças ("Estou atendendo um paciente com transtorno obsessivo-compulsivo"), carros ("Cara, estou pensando em comprar um conversível"), torcidas de futebol ("Os atleticanos são fanáticos") e tudo o mais.
Há alguns dias atrás, contei a um amigo atleticano que eu não tenho acompanhado os jogos do Cruzeiro. Disso decorreu o julgamento de que eu não sou, de fato, cruzeirense. A regra seria: "Torcedor de verdade está com o time tanto nos momentos bons como nos ruins". Eu imagino que, e não só em casos como esse, a questão está em quem formula e divulga a regra. O fanático desportivo, ao comparar o amigo consigo mesmo, poderia julgá-lo como um "torcedor de fachada". No entanto, penso que seja mais apropriado tratarmos a questão em termos de nível e/ou contexto em vez de tudo ou nada ou oito ou oitenta. Isso está de acordo com o fato de que, mesmo não acompanhando o time celeste, meu coração dispara e meus ouvidos tentam captar a mensagem contida em cada grito e buzina que rasgam o céu belo-horizontino em dias de jogo (como aconteceu hoje). Posso não ser apaixonado por futebol, mas a vitória ou a derrota do Cruzeiro conta, ao menos um pouquinho, no balanço do meu humor.
Níveis e frequências
Tal como o torcedor de futebol — cuja audiência televisiva e a força dos gritos podem ser função do lugar em que seu time está na tabela — e o neurótico — cuja preocupação e ansiedade aumentam à medida que se aproxima o dia do exame —, o nível com que uma pessoa é religiosa pode variar conforme as circunstâncias. Se estamos tristes ou felizes, abastados ou miseráveis, saudáveis ou enfermos, seguros ou inseguros — tudo isso é variável que afeta, em alguma medida, o quanto somos, ou melhor, o quanto "estamos religiosos". Experiências de quase morte (EQMs) e curas ou acontecimentos improváveis podem elevar a fé (Mobbs & Watt, 2011). Em um estudo recente, Shenhav e cols. (2011) demonstraram que a exposição prévia a atividades que incitam a intuição ou a reflexão faz variar o nível em que uma pessoa se julga religiosa.
O religioso pode ser avaliado com base na força com que crê e na frequência com que engaja em atividades religiosas. Em um de seus estudos, Nyborg (2009) classificou os religiosos como "dogmáticos" ou "liberais", sendo estes últimos mais flexíveis quanto à interpretação das escrituras bíblicas, menos comprometidos com a doutrina e mais críticos. A crença em Deus pode ser avaliada por escalas de auto-relato, podendo seus itens ir desde "Eu não acredito em Deus" e "Eu não sei se há um Deus e eu não acredito que haja uma forma de descobrir" até "Quando tenho dúvidas ou estou angustiado, eu sinto que acredito em Deus" e "Eu sei que Deus existe e não tenho dúvidas a respeito disso" (Kanazawa, 2010). Pode-se, ainda, avaliar as atividades relacionadas à religiosidade, como quando é requerido a alguém que descreva com que frequência vai à igreja, com que faz orações e com que lê a bíblia ou materiais religiosos (Koenig, Magoe & Iacono, 2008). Há, como vemos, muitas formas de se avaliar o nível de religiosidade de uma pessoa.
Níveis e frequências
Tal como o torcedor de futebol — cuja audiência televisiva e a força dos gritos podem ser função do lugar em que seu time está na tabela — e o neurótico — cuja preocupação e ansiedade aumentam à medida que se aproxima o dia do exame —, o nível com que uma pessoa é religiosa pode variar conforme as circunstâncias. Se estamos tristes ou felizes, abastados ou miseráveis, saudáveis ou enfermos, seguros ou inseguros — tudo isso é variável que afeta, em alguma medida, o quanto somos, ou melhor, o quanto "estamos religiosos". Experiências de quase morte (EQMs) e curas ou acontecimentos improváveis podem elevar a fé (Mobbs & Watt, 2011). Em um estudo recente, Shenhav e cols. (2011) demonstraram que a exposição prévia a atividades que incitam a intuição ou a reflexão faz variar o nível em que uma pessoa se julga religiosa.
O religioso pode ser avaliado com base na força com que crê e na frequência com que engaja em atividades religiosas. Em um de seus estudos, Nyborg (2009) classificou os religiosos como "dogmáticos" ou "liberais", sendo estes últimos mais flexíveis quanto à interpretação das escrituras bíblicas, menos comprometidos com a doutrina e mais críticos. A crença em Deus pode ser avaliada por escalas de auto-relato, podendo seus itens ir desde "Eu não acredito em Deus" e "Eu não sei se há um Deus e eu não acredito que haja uma forma de descobrir" até "Quando tenho dúvidas ou estou angustiado, eu sinto que acredito em Deus" e "Eu sei que Deus existe e não tenho dúvidas a respeito disso" (Kanazawa, 2010). Pode-se, ainda, avaliar as atividades relacionadas à religiosidade, como quando é requerido a alguém que descreva com que frequência vai à igreja, com que faz orações e com que lê a bíblia ou materiais religiosos (Koenig, Magoe & Iacono, 2008). Há, como vemos, muitas formas de se avaliar o nível de religiosidade de uma pessoa.
Dadas as condições necessárias, Anselmo, um jovem simpático e amável, pode se irritar, gritar e até mesmo agredir um colega; contudo, permanecerá tranquilo, sociável e ameno por cerca de, digamos, 90% de todo um ano. Consequentemente, a frequência e a intensidade com que esse jovem emite certos comportamentos fazem valer seus adjetivos. No meu entendimento, o mesmo se aplica a religiosos, agnósticos e ateus. Não duvido que haja ateus que, quando no fundo do poço, firmam o peito e caminham, mesmo que tremulamente, com as próprias pernas — e podem até ser a maioria! Mas uma parte do grupo há de ceder; e outra, um tanto maior, deve lançar um "Será?", mesmo que por alguns segundos, no contexto de certas situações inusitadas (como ao se deparar com coincidências estranhas), atípicas e adversas — um "Será?" que deve render, após passado o pente fino do ceticismo, um riso sutil de quem quase se deixou enganar. A questão é: isso quer dizer que os ateus são, no fundo, teístas? A resposta: é improvável haver religioso que, conversando com seus botões, nunca tenha questionado sua fé. Da mesma forma que isso não significa que as pessoas religiosas são, no fundo, atéias, o mesmo vale para o grupo posicionado no outro extremo.
Talvez não possamos colocar crença e descrença nas pontas de um mesmo continuum, mas o tipo de interpretação (religiosa ou naturalista) que damos a certas situações — ou à vida — parece poder variar em frequência e intensidade. Se frequentemente atribuímos a conquistas, coincidências, ocorrências improváveis e experiências fantásticas o dedo de Deus, somos chamados religiosos. Se frequentemente procuramos explicá-las naturalisticamente ou, quando necessário, as guardamos no berço da dúvida e resistimos a explicações mágicas ou improváveis, somos chamados céticos. Mas o religioso, além de não interpretar todo e qualquer acontecimento à luz de sua doutrina, pode também duvidar e, para várias questões, abraçar o conhecimento científico; e o ateu pode, em ocasiões atípicas, levantar o "Será?" ou mesmo, e virando ao avesso, recorrer a divindades. O ponto é que não existe um núcleo ou uma essência da crença ou da personalidade, ou algo elementar e verdadeiro que sempre esteve escondido, quiçá por mecanismos inconscientes, e que pode ser trazido do fundo à superfície em momentos especiais. O que acontece é que nos comportamos regularmente de uma forma em detrimento de outra, então incompatível, e isso nos faz ateus, agnósticos ou religiosos — ainda que circunstâncias atípicas possam suscitar sensações, pensamentos e práticas atípicos.
E então, Daniel?
Imaginemos que o simpático Paulo, após a festa em que brigou com o colega que dançara com sua namorada, repensou sua conduta, fez uma ligação e pediu perdão. A partir daí, passou a compreender e, com a ajuda de seu terapeuta, controlar seu ciúme. Como resultado, não mais se comportou daquela forma em situações similares. A insegurança, a raiva e a agressão foram substituídas por, digamos, empatia, autoestima e divertimento.
Como ocorreu com Paulo, tive a chance de rever minha breve conversa com Deus e de criar formas alternativas, assaz mais eficazes, de lidar com aquele tipo de adversidade. Tal como podemos perder o filtro da razão em certas circunstâncias — como quando Kaká agrediu um jogador da Costa do Marfim na última Copa do Mundo —, podemos deixar cair o pente fino do ceticismo em momentos de espanto ou desamparo. Mas não façamos disso motivo de vergonha. A maioria de nós foi, desde a tenra infância, incentivada a descrever ou interpretar o mundo de forma mágica ou supersticiosa. Uns quilos de livros científicos e de filosofia e o acúmulo de experiências que modelam o ceticismo podem não ser o suficiente para nos prevenir contra todas as situações imagináveis. O conjunto de comportamentos que define o ser cético vai se adaptando gradativamente às circunstâncias, e ocasionalmente precisa enfrentar, com rivalidade, formas rudimentares de comportamento que foram outrora adquiridas (como o pedir socorro a divindades em certos reveses). E o resultado disso é que, se permeia com vigor e frequência a esfera religiosa, o rótulo ateísta vem a calhar.
A variação da força e da frequência do comportamento mostra-nos que a inteligência, a personalidade, a torcida desportiva e a crença religiosa não são coisas estáveis, imutáveis ou invariáveis. A propósito, tratá-los como coisa não é apropriado. Mais uma vez, esses termos amarram comportamentos que possuem certas características em comum e, assim, fazem-nos ter certas expectativas sobre as pessoas. Mas o que esperar de um ateu, afinal? Mais do que uma pessoa que frequentemente nega a existência de Deus, o ateísmo está ligado a "uma atitude científica que valoriza a evidência e a razão, que rejeita afirmações baseadas somente em autoridade, e que encoraja uma exploração mais profunda do mundo" (Myers, 2011). No entanto, e tal como Ronaldo, o Fenômeno, não perdeu seu trono por ter vez ou outra errado gols que até a vovó Mafalda faria, uma pessoa não deixa de ser atéia por ter, em um momento raro, escorregado no gramado molhado. Se assim fosse, padres, papas e até mesmo Jesus Cristo, se tiver de fato existido, provavelmente seriam ou foram, no fundo, ateus mal-resolvidos. O que está em questão, portanto, é se estamos dispostos a rever o replay dos escorregões e a aprender formas mais adequadas de lidar com as condições atípicas da grama — como ao concluir que já é hora de trocar definitivamente as chuteiras.
Talvez não possamos colocar crença e descrença nas pontas de um mesmo continuum, mas o tipo de interpretação (religiosa ou naturalista) que damos a certas situações — ou à vida — parece poder variar em frequência e intensidade. Se frequentemente atribuímos a conquistas, coincidências, ocorrências improváveis e experiências fantásticas o dedo de Deus, somos chamados religiosos. Se frequentemente procuramos explicá-las naturalisticamente ou, quando necessário, as guardamos no berço da dúvida e resistimos a explicações mágicas ou improváveis, somos chamados céticos. Mas o religioso, além de não interpretar todo e qualquer acontecimento à luz de sua doutrina, pode também duvidar e, para várias questões, abraçar o conhecimento científico; e o ateu pode, em ocasiões atípicas, levantar o "Será?" ou mesmo, e virando ao avesso, recorrer a divindades. O ponto é que não existe um núcleo ou uma essência da crença ou da personalidade, ou algo elementar e verdadeiro que sempre esteve escondido, quiçá por mecanismos inconscientes, e que pode ser trazido do fundo à superfície em momentos especiais. O que acontece é que nos comportamos regularmente de uma forma em detrimento de outra, então incompatível, e isso nos faz ateus, agnósticos ou religiosos — ainda que circunstâncias atípicas possam suscitar sensações, pensamentos e práticas atípicos.
E então, Daniel?
Imaginemos que o simpático Paulo, após a festa em que brigou com o colega que dançara com sua namorada, repensou sua conduta, fez uma ligação e pediu perdão. A partir daí, passou a compreender e, com a ajuda de seu terapeuta, controlar seu ciúme. Como resultado, não mais se comportou daquela forma em situações similares. A insegurança, a raiva e a agressão foram substituídas por, digamos, empatia, autoestima e divertimento.
Como ocorreu com Paulo, tive a chance de rever minha breve conversa com Deus e de criar formas alternativas, assaz mais eficazes, de lidar com aquele tipo de adversidade. Tal como podemos perder o filtro da razão em certas circunstâncias — como quando Kaká agrediu um jogador da Costa do Marfim na última Copa do Mundo —, podemos deixar cair o pente fino do ceticismo em momentos de espanto ou desamparo. Mas não façamos disso motivo de vergonha. A maioria de nós foi, desde a tenra infância, incentivada a descrever ou interpretar o mundo de forma mágica ou supersticiosa. Uns quilos de livros científicos e de filosofia e o acúmulo de experiências que modelam o ceticismo podem não ser o suficiente para nos prevenir contra todas as situações imagináveis. O conjunto de comportamentos que define o ser cético vai se adaptando gradativamente às circunstâncias, e ocasionalmente precisa enfrentar, com rivalidade, formas rudimentares de comportamento que foram outrora adquiridas (como o pedir socorro a divindades em certos reveses). E o resultado disso é que, se permeia com vigor e frequência a esfera religiosa, o rótulo ateísta vem a calhar.
A variação da força e da frequência do comportamento mostra-nos que a inteligência, a personalidade, a torcida desportiva e a crença religiosa não são coisas estáveis, imutáveis ou invariáveis. A propósito, tratá-los como coisa não é apropriado. Mais uma vez, esses termos amarram comportamentos que possuem certas características em comum e, assim, fazem-nos ter certas expectativas sobre as pessoas. Mas o que esperar de um ateu, afinal? Mais do que uma pessoa que frequentemente nega a existência de Deus, o ateísmo está ligado a "uma atitude científica que valoriza a evidência e a razão, que rejeita afirmações baseadas somente em autoridade, e que encoraja uma exploração mais profunda do mundo" (Myers, 2011). No entanto, e tal como Ronaldo, o Fenômeno, não perdeu seu trono por ter vez ou outra errado gols que até a vovó Mafalda faria, uma pessoa não deixa de ser atéia por ter, em um momento raro, escorregado no gramado molhado. Se assim fosse, padres, papas e até mesmo Jesus Cristo, se tiver de fato existido, provavelmente seriam ou foram, no fundo, ateus mal-resolvidos. O que está em questão, portanto, é se estamos dispostos a rever o replay dos escorregões e a aprender formas mais adequadas de lidar com as condições atípicas da grama — como ao concluir que já é hora de trocar definitivamente as chuteiras.
Referências
- Colom, R. (2006) O que é inteligência? Em Flores-Mendoza, C., & Colom, R. Introdução à psicologia das diferenças individuais. Porto Alegre: Artmed.
- Kanazawa, S. (2010). Why Liberals and Atheists Are More Intelligent. Social Psychology Quarterly, 73(1), 33-57.
- Koenig, L. B., McGue, M., Krueger, R. F., & Bouchard, T. J. (2005). Genetic and environmental influences on religiousness: findings for retrospective and current religiousness ratings. Journal of personality, 73(2), 471-88.
- Mobbs, D., & Watt, C. (2011). There is nothing paranormal about near-death experiences: how neuroscience can explain seeing bright lights, meeting the dead, or being convinced your are one of them. Trends in Cognitive Sciences, 15(10), 447-449.
- Nyborg, H. (2009). The intelligence–religiosity nexus: A representative study of white adolescent Americans. Intelligence, 37(1), 81-93.
- Shenhav, A., Rand, D. G., & Greene, J. D. (2011). Divine intuition: Cognitive style influences belief in God. Journal of experimental psychology.
De fato não somos seres estáveis o tempo todo (o que seria muito chato) um dos motivos é que baseamos alguns pensamentos em emoções, que são fisiologicamente muito variáveis.
ResponderExcluirInfelizmente as religiões (incluo aqui o protestantismo) têm mostrado ao mundo Deus como um solucionador de problemas, uma carta na manga para momentos que precisamos de conforto. É esse estereótipo divino que surge como opção quando todas as outras soluções falharam. É essa idéia transcendental e maluca que faz com que o indivíduo tenha conforto em algumas situações difíceis porque existe uma força imbatível sobrenatural que está ali só pra satisfazer o seu bel-prazer. Esta visão corrompe até o mais forte ateu nos momentos de sufoco, afinal, quem não queria isso?
Mas o Deus que pode ser conhecido através das escrituras é totalmente diferente daquele que o senso comum prega.
Meu sonho é que um dia quem diz que acredita em Deus realmente o conheça de fato. Talvez possamos mudar um pouco dessa imagem de Deus que é passada às pessoas.
Ronaldo não perdia gols feitos, isto é fato.
É verdade, cara. Li um texto recentemente que discutia a disputa das igrejas pelos fiéis, e parte dos recursos usados nessa disputa diz respeito a propagandas do tipo "Dia dos Milagres" e "Venha encontrar seu milagre". Na hora do aperto, os fiéis vão pulando de galho em galho, ou de igreja em igreja, atrás de soluções mágicas. A beleza da religiosidade é perdida nesse tipo de comportamento, ainda que este tenha lá suas explicações.
ResponderExcluirObrigado pela participação, Machado. E sobre Ronaldo, não se esqueça de sua última participação, mesmo que puramente honrosa, na seleção brasileira.
Abraço!
O evangelho prega constantemente a auto análize do homem, assim como a sinceridade para com suas respostas. Temer estados de descrença ou de fé impedira que qualquer um de nós tenha novas experiencias, as compreenda e tire algum aproveito disso. Más a inscistencia de associar ateísmo a ciência, e fé a milágres publicitários é enfadgante. Ambas podem ser apenas uma escolha.
ResponderExcluirNo amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. 1 João 4:18
Daniel,
ResponderExcluirAqui é o Jônatas, que postou no blog bule voador.
Só para encerrar o assunto:
Se Deus quiser, o Corinthians será campeão sim do Brasileiro. Vai depender da vontade divina! :-)
ehehehehehe
abraços teístas ;)
E, se Deus quiser, o Cruzeiro não vai ser rebaixado!
ResponderExcluirAbração ateísta!
E se Deus quiser, o SANTOS será campeão mundialKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirEu estou convencido que pelo menos um terço da população é aquilo que Eric Hoffer chama "verdadeiros crentes". Eles são sociáveis, e são seguidores... são pessoas que se deixam conduzir por outros. Eles procuram por respostas, significado e por iluminação fora de si mesmos.
ResponderExcluirHoffer, que escreveu O VERDADEIRO CRENTE, um clássico em movimentos de massa, diz: "os verdadeiros crentes não estão decididos a apoiar e afagar o seu ego; têm, isto sim, uma ânsia de se livrarem dele. Eles são seguidores, não em virtude de um desejo de auto-aperfeiçoamento, mas porque isto pode satisfazer sua paixão pela auto-renúncia!". Hoffer também diz que os verdadeiros crentes "são eternamente incompletos e eternamente inseguros"!
Em minhas palestras de ensino e de condução de treinamentos, eu tenho esbarrado com isto muitas vezes. Tudo que eu quero fazer é tentar mostrar-lhes que a única coisa a ser buscada é a Verdade interior. Suas respostas pessoais deverão ser encontradas lá, e solitariamente. Eu sempre digo que a base da espiritualidade é a auto-responsabilidade e a auto-evolução, mas muitos dos verdadeiros crentes apenas respondem que eu não possuo espiritualidade, e vão em seguida procurar por alguém que lhes dará o dogma e a estrutura que eles desejam.
Parabéns pelo ótimo blog.
Obrigado pela participação, Michael! Mas fiquei curioso sobre essa "verdade interior". Poderia falar mais a respeito?
ResponderExcluirAbraço!
Ainda não tinha lido essa postagem antiga...
ResponderExcluirMas, eu discordo da sua comparação. Traços de personalidade são rótulos mesmo. Nem sempre uma pessoa rotulada de 'amável' vai se comportar de forma amável. E isso vale para tudo. Mas... a crença em Deus não se enquadra nessa definição. O ateísmo não é um traço de personalidade. Eu te garanto que desde que você deixou de acreditar em Papai Noel você nunca mais esperou nada do Papai Noel... Bem, pelo menos eu tenho certza que hoje você não espera mais nada dele. Ainda que você estivesse passando por sérios apertos no Natal, você jamais escreveria uma cartinha para o Papai Noel pedindo por um milagre e colocaria no correio, como muitas pessoas fazem. Isso porque você REALMENTE deixou de acreditar em Papai Noel.
Existe um filme de 1978 chamado "Em algum lugar no passado". É a história de um cara quem vive me 1978 e que se deita na cama repetindo para si mesmo "Eu estou em 1920, eu estou em 1920"... E ele de fato acorda em 1920! Eu te garanto que se você tivesse cometido algo gravíssimo, e estivesse sofrendo de um arrependimento mortal, por mais que você quisesse voltar no tempo e mudarv as coisas você NÃO tentaria fazer isso... Pois, em momento algum da sua vida você sequer cogitou que uma coisa dessas seja possível! Semelhantemente, se você estivesse num aperto de vida ou morte em que a única possibilidade de salvação para você e as pessoas que voc~e mais ama seria se você conseguisse saltar de um lado ao outro Do Grand Canyon, eu DUVIDO que você chegasse a acreditar que isso poderia ser feito. Isso é completamente oposto a tudo o que você considera razoável!
Quando uma crença não faz parte do nosso sistema de crenças, então ela NÃO faz parte! Ponto! Se você, mesmo se dizendo ateu, chegou a orar, então é porque você ainda acredita que esse expediente possa funcionar pra você. Você ainda vê sentido nisso tudo, por mais que você negue. É por isso que eu acho que sua abordagem do ateísmo é um tanto rasa. Você dá muita ênfase ao teísmo como EXPLICAÇÃo do mundo, e opõe à ciência. Você aborda muito pouco o lado EXISTENCIAL do teísmo. E é esse lado existencial que ainda te faz ser crente. Ainda que você negue.
Eu sou ateu há mais de 10 anos. Nestes 10 anos, eu passei pelos PIORES momentos da minha vida; e foram momentos longos, difíceis, em que cheguei a pensar que não daria mais pra continuar MUITAS VEZES... Por muitas e muitas vezes eu achei que não ia aguentar mais. Em NENHUM destes momentos eu cheguei a rezar. Assim como eu SEI que Papai Noel não existe, eu SEI que não tem ninguém escutando as minhas preces. E, se você REALMENTE sabe disso, você não volta a pensar nisso como solução possível... por pior que as coisas sejam! Não tente usar as premissas behavioristas para esconder de você aquilo que você é.
Abraço! ;)
Daniel,
ExcluirQual o seu critério para a alegação de que as pessoas "realmente" não creem em papai Noel, que são atéias ou cruzeirenses? Você diz que certas crenças fazem ou não fazem parte de um sistema de crenças. Por que você pensa assim, e por que ser tão categórico quanto a se crer ou não crer em certas coisas é melhor do que conceber o problema como eu o propus (no sentido de crenças serem comportamentos que podem aparecer conforme certas circunstâncias)?